quarta-feira, 24 de setembro de 2014

E assim tudo começou...

Alguns anos atrás, enquanto a pessoa mal se entendia por gente, fascinada por objetos a sua volta sem entender o significado de cada um deles, simplesmente pelo fato de não saber ler, ficava horas perguntando para qualquer adulto, ou letrado, o que estava escrito em todo e qualquer lugar.

Nem reclamava ao ser levada a cortar o cabelo, pois lá havia várias revistas em quadrinhos e passava vários minutos olhando tudo e imaginando o que estaria escrito naqueles balões.

A ansiedade pelas letras e/ou palavras era tamanha, que se decepcionou um tanto pelas dificuldades iniciais para aprendê-las e, quando as superou, abriu-se um leque tão grande de opções que a criança começou a ler de tudo, até embalagens de qualquer produto a que tinha acesso, alimentício ou não.

A partir desse momento, passou por algumas dificuldades, pois os pais não tinham o costume de ler, tinham estudado poucos anos e o filho mais velho não tinha esse hábito de leitura, não viam necessidade de suprir essa fome de conhecimento de sua filha. E, nesse meio tempo, tiveram mais uma filha.

Então a criança teve de se adaptar, ler o que tivesse ao seu alcance e se aventurar por caminhos alternativos; mais uma de suas frustrações, que era não ter acesso fácil a uma biblioteca, pois na escola em que estudava não havia e a Municipal ela só poderia ir com amigos e quando tivesse algum trabalho escolar.

A vontade de ler era tamanha que, chegava a ajudar sua mãe com as compras de feira e o peixe que vinha enrolado no jornal, desembrulhava cuidadosamente, deixava o jornal secando e depois lia a página inteira.

Chegou a convencer o pai, algum tempo depois, a assinar um jornal, para pelo menos ter uma leitura diária. E à medida em que foi crescendo, criou outras alternativas, como revistas em quadrinhos, livros emprestados, livros em banca de jornais, até começar a trabalhar e se acabar em comprar livros e mais livros.

Apesar de amar as letras, amava mais os números e com isso, se tornou professora. Nesse meio tempo, os livros ficaram encostados em um canto e passou a ver inúmeras séries de televisão, de países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália, dentre outros. Ano passado, retomou a paixão pelos livros.

E como sempre carrega livros para todos os cantos, percebeu a curiosidade dos seus alunos em saber o que lia e reparou em alguns, aquele sentimento que tanto lhe é familiar em se tratando de livros.

Foi essa constatação que lhe fez pensar nesse blog como um projeto pessoal.

Se na escola tem leitores e, se é tão gostoso interagir e conversar sobre livros, por que não ser o elo entre os leitores? Porque percebia que os leitores de uma mesma sala conversam, mas raramente os vê trocando ideias com de outras turmas, mesmo tendo as mesmas paixões literárias.

Com esse espaço, espera-se que os leitores se encontrem e passem a interagir mais entre si e, quem sabe, abranger uma rede de amigos espalhados pelo nosso país, com os mesmos gostos.

Então que comecem os trabalhos. o/


Cintia Simizo é paulistana que ama o frio e as grandes cidades e que, por ironia do destino, mudou-se para Ribeirão Preto, que passou a ser seu lar amado, apesar do calor infernal. Ama as letras e os números e por isso, passa a se questionar por vezes se é de fato das exatas ou se daria melhor nas humanas. Recentemente passou de seriadora maluca à leitora compulsiva, porém não consegue permanecer nas duas funções por ser passional demais e não conseguir tempo para tanto nos dois hobbies.

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