terça-feira, 31 de março de 2015

Entrevista #01 - Marina Carvalho



Uma amiga blogueira decidiu fazer uma série de posts para comemorar o mês de março, dando enfoque nas mulheres. Caso queira conferir os posts, só visitar o blog Café com Livros da Juliana.
Outro dia, veio me contar que entrevistaria a Marina Carvalho (minha autora nacional favorita) e, me pediu ajuda para algumas perguntas. Como fã girl, não poderia deixar de contribuir. Eis aqui o resultado:

No post de hoje, para encerrar o Especial Mês da Mulher, vamos conhecer um pouco mais sobre Marina Carvalho. A escritora mineira, que ficou conhecida por suas obras Simplesmente Ana e De Repente, Ana, é uma boa referência de personagens adequados para jovens. 
A escolha de Marina como uma das escritoras que se destaca na literatura nacional atual se dá tanto pela qualidade de seus textos quanto pela identificação de suas personagens femininas com o nosso lado mais sonhador e mais romântico.
Suas mocinhas despertam nosso lado mais romântico e sonhador. Não é à toa que ela conquistou uma série de fãs pelo Brasil afora. Com a qualidade de seus textos e a simpatia e doçura com que trata todos que a procuram, Marina tem alcançado cada vez mais sucesso e vários amigos pela internet afora.
É por isso que hoje eu e uma amiga, também super fã (ou algo mais que isso, acho que super fã, no caso dela é pouco), a Cintia, do blog Panda Reader's vamos trazer pra vocês a entrevista que a Marina nos concedeu. Falamos de muitas coisas, mas, principalmente, de Elena, o novo livro de Marina, que será lançado mês que vem!

1 - O livro Elena conta a história da filha de Ana e Alex. Nesse livro, os nossos queridos protagonistas das histórias anteriores estarão mais velhos. Teremos uma participação ativa deles, ou serão apenas personagens secundários agora?

Marina Carvalho: Ah, o que posso dizer? Ana e Alex são peças importantíssimas na história da Elena, mas deixaram de ser os protagonistas. De qualquer forma, a presença deles é constante e fundamental para o desenvolvimento do enredo.


2 - E os personagens secundários dos outros livros, como o rei e Irina? Teremos alguma novidade com relação a eles?

Marina Carvalho: Ju, você está me deixando numa situação difícil. Se eu responder a essa pergunta, vou acabar entregando o ouro, de um jeito ou de outro. rsrsrs Mas... Assumo: eles aparecerão também.


3 - Elena será o fim da história da Krósvia, ou podemos esperar mais dessa nova geração da personagem?

Marina Carvalho: Hoje, dia 27 de março de 2015, declaro que ELENA coloca um ponto final na história da Krósvia. Mas eu sou volúvel. Quem sabe eu acabe mudando de ideia um dia desses? Rsrsrs


4 - O que a fez mudar o estilo de narrativa e escrever Elena como um New Adult?

Marina Carvalho: Bom, eu sou muito fã do gênero NA. Adoro os livros da Jamie McGuire, da Colleen Hoover, da Tamara Weber. Quis me desafiar ao escrever algo nesse estilo. Deu trabalho, mas eu amei cada etapa do desenvolvimento do enredo. Acho que alcancei meu objetivo. Hehehe


5 - Agora falando de Rafa e Bernardo, podemos esperar mais histórias envolvendo estes personagens?

Marina Carvalho: A princípio, só mais uma. Estou escrevendo a história deles sob a ótica do Bernardo agora.


6 - Você é fã de volei e sempre menciona algo em seus livros. Esses fatos tem alguma relação com coisas que aconteceram na vida real ou é tudo ficção mesmo?

Marina Carvalho:  Ah, eu amo vôlei desde pequenininha. Assisto a muito jogos ao vivo, nos ginásios, e já fui jogadora (péssima) na época da escola. É o esporte coletivo que mais aprecio. Por isso acabo fazendo menção a ele nas minhas histórias.


7 - A Cintia criou o Panda Reader's para estimular seus alunos a ler. Como você vê sua influência como escritora entre seus alunos, ou entre a garotada em geral?

Marina Carvalho: Eu sempre incentivei a leitura entre meus alunos, antes mesmo de me tornar escritora. Faço isso sendo uma leitora voraz, que gosta de ler histórias que fazem a cabeça deles, como os livros de fantasia, romance e mistério. Hoje, como escritora, percebo que a influência aumentou, mas a responsabilidade também. Acredito que a meninada vê em mim um caso que acabou dando certo, e isso, por si só, é um modelo que muitos querem seguir.


8 - Como você enxerga as protagonistas femininas dos livros publicados mais recentemente? Você acha que elas retratam a realidade das mulheres de hoje, ou ainda há algum estereótipo que precisaria ser desfeito?

Marina Carvalho: Eu penso que não há um estereótipo. Cada caso é um caso. Existem mocinhas recatadas, submissas, seguras de si, autossuficientes, avançadas, enfim, de todas as formas possíveis. Precisamos, como leitores, saber diferenciá-las e entender que é tudo ficção. Se isso fica claro para todo mundo, beleza! O que não dá é para adquirir uma personalidade literária e sair por aí agindo feito Anas, Anastasias, Hermiones, Bellas, etc. Afinal, livro é livro e vida real é vida real.


E então, gostaram? Dentro em breve farei um outro post sobre como conheci os livros da Marina Carvalho e outras ideias (parar por aqui para não estragar a surpresa).


domingo, 22 de março de 2015

Crítica n° 01 - O Caso dos Dez Negrinhos (Peça de Teatro)

E o sonho de uma vida se concretizou...
Ao ter o conhecimento que um dos livros mais famosos da Agatha Christie seria encenada em São Paulo, não sosseguei enquanto não fui conferir o espetáculo.
A Companhia London é a responsável pela adaptação brasileira e, a peça está em cartaz às sextas, sábados e domingos às 20 hs, até o final do mês de março.

Essa peça foi adaptada pela própria Agatha Christie para o teatro e, por decidir assisti-la, reli o livro para relembrar os detalhes, a resenha pode ser conferida aqui.

Informações Úteis

O Caso dos Dez Negrinhos

Onde: Teatro Brigadeiro. Av.Brigadeiro Luis Antonio, 884 São Paulo – SP
Quando: Sextas | Sábados | Domingos às 20h00
Duração: 1h45min

Sinopse

Oito pessoas vão passar alguns dias em uma ilha, onde já estão dois empregados, sendo que essas 10 pessoas não conhecem o anfitrião. Após o primeiro jantar, são confrontados por uma voz misteriosa, vindo de uma gravação, acusando-os de ter cometido assassinatos nos seus passados e, logo após, começam a ser assassinadas. Procuram na ilha por possíveis esconderijos e ao constatar que não há mais ninguém na mesma exceto eles, começam a trocar informações e acusações, pois dentre eles está o cruel assassino que segue à risca uma canção de ninar, colocada na lareira.

Como fã de Agatha Christie, não poderia perder a oportunidade de conferir uma adaptação teatral de um dos melhores livros da Dama do Crime. Mesmo morando no interior do estado, fui até a capital duas vezes para conferir.

O texto foi originalmente adaptado pela própria autora, tendo alterado alguns detalhes para melhor se adequar aos palcos. E que foi magistralmente seguido nessa versão brasileira.

O cenário é simples e bem montado, basicamente um ambiente com algumas perspectivas de outros ligados ao principal: sala de visitas. Os personagens foram muito bem construídos pelos atores, que souberam conduzir com maestria a apresentação de cada um à plateia.

A primeira vez em que assisti, estava numa posição privilegiada, então acompanhei cada movimento, com plena convicção de que, se tivesse alguém me filmando, teria captado os brilhos nos olhos de uma fã incondicional da obra da Rainha do Crime, tendo parecido sonhando e se imaginando inserida no meio do palco juntamente com os demais personagens.

Era tanta emoção aflorando que nem ao menos percebia o tempo passando, tentava lembrar a ordem exata das mortes, para focar a atenção nos atores e onde os demais estavam.

O texto ficou bem fluído, com leves toques de humor, os atores muito bem ensaiados, com uma entonação ótima, trejeitos, olhares, expressões faciais, vestuário, enfim... não é por ser fã da obra da autora, mas não tive do que reclamar. A diversão foi tão garantida que fui obrigada a voltar e levar amigas para confirmar o quanto está imperdível.

E o final da peça é diferente do livro, sem spoiler, um dos grandes comentários dos espectadores, pois vários não sabiam que foi a própria Agatha a mudar o final da peça, quem já leu o livro, sabe bem o porquê disso.

E o carisma dos atores que interpretam os personagens do Lombardi e Vera, me encantaram ao assistir a peça e mais ainda ao conversar após o espetáculo.

Se mora ou tem oportunidade de ir até São Paulo no próximo final de semana, se programe para assistir a peça, sinto por ter demorado a dar essa dica, mas não se arrependerão de curtir uma peça de um livro tão sensacional como esse e tão polêmico quanto.

E quem sabe, vamos torcer para a Companhia London se inspirar e trazer outras montagens de alguma outra obra da genial Agatha Christie.









sábado, 21 de março de 2015

Resenha n° 07 - E Não Sobrou Nenhum



Título: E Não Sobrou Nenhum

Autor: Agatha Christie

Editora: Globo Livros

Páginas: 400

Classificação: 5 estrelas e favoritado


Sinopse: E não sobrou nenhum - Maior sucesso de Agatha Christie e marco da literatura policial do século XX ganha nova edição. Uma das mais complexas tramas da autora: E não sobrou nenhum cativa e arrebata os leitores. Em meio a conflitos psicológicos e uma coleção de suspeitos, um criminoso escapa às garras da lei. No seu momento de maturidade literária, intensa criatividade e inventividade, Agatha Christie nos brinda com: E não sobrou nenhum, considerado o melhor livro de suspense de todos os tempos, uma pérola do romance policial. Uma trama urdida cuidadosamente onde nenhum detalhe está fora do lugar, com a construção de incríveis elementos: a ilha deserta e isolada, a grande mansão e principalmente o fato de todos os convidados serem mutuamente suspeitos. Com essa atmosfera a autora já abre inúmeras possibilidades para a evolução da trama, e este é um dos seus grandes trunfos utilizados com muita argúcia para enriquecer o enredo. Outro fator que atesta a importância e a força desta ambientação é que os elementos utilizados por Agatha Christie tornaram-se alguns dos lugares-comuns mais visitados de toda a ficção policial em filmes, seriados, novelas e até mesmo em jogos de tabuleiro. Outro aspecto explorado no romance é a exposição de facetas psicológicas dos personagens que ganham grande importância, pois é desta camada que vão surgindo alguns estados de loucura que são evidenciados em função do confinamento, do medo de ser a próxima vítima e da suspeita mútua de quem possa ser o assassino. Os supostos crimes cometidos vêm à tona, e ao longo do livro vão ganhando camadas e elucidando os motivos que unem personagens tão díspares. Culpados ou inocentes? Algozes ou vítimas? Nesse jogo de gato e rato identificar o assassino não é tarefa fácil e o leitor vai aventando possibilidades, perscrutando os personagens e mergulhando nesta trama onde culpa, arrependimento e loucura vão se confundindo. Lançado em 1939 E não sobrou nenhum quebrou as regras vigentes até então para o gênero policial e investigativo, porque em sua narrativa nenhum detetive soluciona o mistério e o criminoso escapa das garras da lei. A obra também foi adaptada para o cinema pelo diretor René Clair, em 1945, com o título O Vingador Invisível. Aclamado pelo público trata-se de uma aula de como elaborar um romance do gênero: apegado ao real, sem excessos, com personagens consistentes e fluidez. É sem dúvida um romance basilar do gênero. A autora Agatha Christie (1890-1976) é a mais famosa escritora de romances policiais do mundo, e uma das escritoras mais vendidas e traduzidas em todos os tempos. Durante praticamente cinquenta anos, a autora inglesa, considerada a Rainha do Crime, escreveu oitenta romances, várias coletâneas de contos e doze peças teatrais. 


Bom, primeiro vou situá-los sobre essa edição em que li. É uma reedição de um dos mais famosos livros da Agatha Christie, o livro mais conhecido como O Caso dos Dez Negrinhos, cuja edição na figura abaixo, foi a primeira em que li.



O Caso dos Dez Negrinhos foi publicado em 1939, no Reino Unido, o título criou uma certa polêmica ao chegar nos Estados Unidos, onde recebeu outro nome: Os Dez Indiozinhos (outra polêmica) o que acarretou na mudança para esse título E Não Sobrou Nenhum (particularmente não gostei desse título, quem já leu sabe o porquê). Essas polêmicas giraram em torno de racismo, o que não se configura por ser referência à cantiga de ninar que dá origem ao nome do livro.

Polêmicas a parte, vamos as minhas impressões sobre essa releitura.

Apesar de fazer muito tempo desde a última vez em que li esse livro, por sinal foram tantas que nem sei contabilizar o total, a cada página lida vinha uma sensação maravilhosa de rememorar a escrita de minha primeira e eterna escritora favorita, a mentora do gênero policial que tanto amo ler.

Optei por essa edição por estar disponibilizado no Kindle Unlimited, estilo de empréstimo de livros digitais, sempre que tenho a opção pela leitura em livro físico ou ebook, acabo por optar em ebook pela facilidade em aumentar a letra e ler a noite. 

Logo no inicio notei uma mudança em alguns aspectos nessa edição, mas acho que estou me precipitando. Vamos ao enredo primeiro.

Oito pessoas são convidadas a passar alguns dias em uma ilha onde havia uma certa especulação sobre quem seria o dono. Sendo que na ilha, já estão dois empregados para recebê-los. Somos apresentados a cada personagem e o narrador onipresente nos permite adentrar nos pensamentos mais íntimos de cada um e, nos mostra o quanto são suspeitos desde o início, ou seria somente por conta da releitura?

Depois de uma noite agradável em que todos se conhecem e jantam, surge uma voz acusando cada um dos presentes de ter cometido um assassinato, causando um pânico generalizado, pessoas tentando se justificar, provar sua inocência, ao que acontece a primeira morte.

Algumas horas se passam e após outras mortes, os hóspedes começam a associá-las com a canção de ninar que está em cima da lareira de cada quarto e, coincidentemente ou não, é seguida a risca, ao mesmo tempo em que as estátuas de soldadinhos (nessa edição) são quebradas, indicando as pessoas mortas.

Os hóspedes/suspeitos então passam a tentar se analisar mutuamente, de modo a descobrir quem seria o assassino, que só pode ser um dos presentes. O lado psicológico entra em cena, pois nenhum das supostas vítimas sabe ao menos quem é o assassino e muito menos quem será a próxima vítima.

O que você ainda está esperando e não foi procurar esse livro para ler? Corre.